quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Reflexão de um ser ausente



Na complexa teia onde me sento
Divagam tons de luz sem piedade
Progridem por entre os nós
de um rendilhado
Penetram em todos nós
Que absortos nos mantinha-mos

Eu que só queria contemplar o invisível
chapinhar das sereias da represa
Deixar que fosse o nada e ele apenas
a levar-me por entre a plenitude
do vazio

Virar as costas ao real
Estender as pernas, divagar
Subir ao mais alto cume,
em pensamento
Divisar a plenitude do momento
Sem do meu descanso abdicar

Ausente, apenas um instante
Ou toda a vida

que num momento coubesse

8 comentários:

Mar Arável disse...

A complexidade do simples

Daniel C.da Silva disse...

A intensidade aumenta à medida que se lê, e o encanto também, num misto que concede ao momento a eternidade de se estar assim...

Abraço

Pérola disse...

Poderosas palavras em poesia que se sente e ecoa.

Beijo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

palavras urgentes e necessárias...

:)

Odete Ferreira disse...

A poesia é sempre um momento de ausência. E ainda bem!
Gostei imenso, amigo Armando!
Meu beijo :)

Suzete Brainer disse...

Esta ausência é repleta
pela infinitude do sentir-Ser...

E um espaço em que a poesia
se revela. Bj

Odete Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Odete Ferreira disse...

Eliminei pois já tinha comentado :)